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Imagem da Capela de Nossa Senhora Aparecida, em Jundiaí, completa 100 anos



O dia 12 de outubro, consagrado à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, será comemorado de maneira especial neste ano. A imagem da capela localizada na Fazenda Ermida, em Jundiaí, completa 100 anos. Esculpida pelas mãos do italiano Marino Del Favero, ela preserva até hoje com a assinatura dele e a data da criação.


A Comunidade Nossa Senhora Aparecida, que pertence à Paróquia São João Bosco (Eloy Chaves), terá uma celebração especial no próximo dia 12 (quarta), feriado nacional em homenagem à padroeira. A missa está marcada para às 9h (carreata às 8h30 com saída da paróquia) e será presidida pelo pároco, padre Michael Henrique dos Santos.


“É um dia muito especial. Rezamos pela comunidade, pelo Brasil, pelas crianças. Nossa Senhora é a padroeira de todos nós e nos reuniremos para festejá-la com muita fé e devoção. Depois de 2 anos, por conta da pandemia, voltamos às dependências da comunidade para celebrar com todo nosso povo, motivo de muita emoção. A celebração se encerrará com a benção da imagem centenária", afirma padre Michael Henrique.


Protagonista - Marino Del Favero veio da Itália para o Brasil no final do século XIX e tornou-se um dos mais importantes escultores de artes sacras do país. Tanto que foi protagonista na comercialização por encomendas via catálogo, após criar - junto com o irmão - uma pequena indústria para a produção desses artefatos. 


Apesar de vários trabalhos figurarem até hoje em catedrais, igrejas e capelas, além de ter recebido prêmios nacionais e internacionais, pouco se sabe a respeito de sua vida e das obras criadas.


A artista plástica e restauradora Cristiana Cavaterra é Mestre em Artes e doutoranda em História da Arte. Para o mestrado, ela realizou um trabalho sobre Marino Del Favero e a pesquisa apontou realizações dele em Jundiaí.


“Marino foi um artista muito importante para a arte sacra brasileira no século XX. Conheci muito de seu trabalho em meu mestrado, quando encontrei informações para o documento. Sabia que existiam obras dele na cidade de Jundiaí, embora os documentos encontrados não informassem quais eram", destacou Cristiana. Ela disse também que os estudos sobre o trabalho do escultor italiano não apontaram a produção da imagem de Nossa Senhora.


No trabalho para o Mestrado, Cristiana apresenta um anúncio da época, em que foi divulgado o trabalho de Marino e do irmão com as esculturas e mobiliário. Jundiaí ainda era grafada com ‘h’ e ‘y’ (Jundiahy).


Marino faleceu aos 79 anos, dia 23 de junho de 1943, e foi sepultado no cemitério da Consolação, em São Paulo. Era casado e tinha três filhos.


Dúvidas ou entrevista, estou à disposição.