Índia Potira, uma ex-chacrete e uma das dançarinas mais famosas de Chacrinha, faleceu aos 76 anos. Maria da Glória Aguiar da Silva, seu nome de batismo, vinha lutando contra o câncer há alguns anos. A triste notícia foi divulgada por amigos e familiares nas redes sociais na terça-feira, dia 11.
O velório ocorrerá às 14h desta quarta-feira, dia 12, no Cemitério do Caju, localizado na Zona Norte do Rio. O corpo de Potira será cremado. Ela residia na Comunidade da Babilônia, no bairro do Leme, Zona Sul carioca. A ex-bailarina deixa para trás duas filhas, três netos e três bisnetos.
Potira fez parte do icônico programa "Cassino do Chacrinha" e compartilhou o palco com renomadas chacrete como Rita Cadillac, Estrela Dalva, Vera Furacão, Gracinha Copacabana e Cléo Toda. Sua participação no programa se estendeu de 1970 a 1978.
Em 2013, Índia Potira fez uma participação especial como ela mesma na novela "Amor à Vida", ao lado de Tatá Werneck e Elizabeth Savalla. Ela também teve uma participação na novela "Beleza Pura" em 2008, em uma cena gravada no programa "Caldeirão do Huck".
Lutas contra as drogas e a prostituição
Em diversas entrevistas, ela confessou abertamente sua luta contra o vício em drogas, além de relatar períodos de envolvimento com a prostituição e passagens pela prisão. Potira também falou sobre sua batalha contra o câncer de mama, que resultou na remoção de um dos seios.
No documentário "Alô, alô Terezinha" de 2009, ela revelou que ela e muitas de suas ex-colegas "se prostituíam e usavam cocaína com os artistas". Além disso, ela mencionou ter se apaixonado por um traficante e ter sido presa três vezes.
Potira passou quatro anos na prisão por associação ao tráfico de drogas e foi liberada em 1990, após o que passou a trabalhar como auxiliar de serviços gerais.
Em 2014, ela compartilhou no programa "Domingo Show" da Record TV que se relacionava com homens por razões financeiras. "Vou falar, porque minha vida é um livro aberto. Durante o meu tempo como chacrete, eu tinha relacionamentos com homens por dinheiro. Era por necessidade. Tínhamos alguém que nos ajudava, que nos sustentava", ela disse.
"Aos 30 anos, me apaixonei por um criminoso e usei maconha e cocaína. Sempre tive recaídas", afirmou na mesma entrevista.
Em 2010, Potira precisou se afastar do trabalho devido ao câncer. "Olha, em 2010, eu tive câncer. Perdi meu cabelo, tudo caiu, e precisei remover um seio. Passei por quimioterapia. Foi difícil", ela relatou.