Um bombeiro voluntário foi preso no Chile, acusado de iniciar uma série de incêndios florestais que devastaram várias regiões do país. Elías Antonio Salazar, de 39 anos, teria ateado fogo de forma intencional, segundo as investigações, com o objetivo de se destacar como "herói" no combate às chamas.

De acordo com as autoridades locais, Salazar gostava de estar envolvido em operações de emergência e via nos incêndios uma oportunidade para se projetar como salvador. Guillermo Gálvez, detetive responsável pelo caso, afirmou que essa foi a principal motivação por trás dos atos criminosos.

Os incêndios florestais, que ocorreram no início deste ano, deixaram um rastro de destruição: 137 pessoas perderam a vida, mais de 2 mil casas foram destruídas, e um estado de catástrofe foi declarado. O impacto foi tão devastador que o presidente chileno, Gabriel Boric, fez um pronunciamento emocionado, lamentando as perdas e a tragédia que assolou o país.

Salazar não foi o único envolvido. Dois outros suspeitos já haviam sido presos meses antes. Francisco Ignacio Mondaca, outro bombeiro voluntário, e Franco Pinto, trabalhador da agência florestal nacional, estão entre os acusados. Pinto, inclusive, teria incentivado os incêndios para receber horas extras de trabalho. Segundo as investigações, o trio teria planejado e executado os atos criminosos em diversas localidades, utilizando cigarros acesos para dar início às chamas.

Com a prisão de Salazar, ele foi demitido da Senapred, a agência responsável pela prevenção e resposta a desastres no Chile. A polícia também apreendeu documentos e um computador em sua residência para aprofundar as investigações.

Essa série de crimes abalou o país, evidenciando a vulnerabilidade de áreas florestais durante o verão, quando as altas temperaturas e a vegetação seca tornam o cenário propício para incêndios de grande escala. As autoridades seguem investigando o caso, que trouxe à tona a necessidade de maior vigilância e prevenção diante das catástrofes naturais.