Cid Moreira, renomado jornalista, locutor e apresentador, faleceu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde lutava contra uma insuficiência renal crônica e uma pneumonia que vinha sendo tratada em casa. O agravamento do seu estado de saúde resultou em falência múltipla dos órgãos, levando ao seu falecimento às 8h desta manhã.



Sua carreira marcou a história da comunicação no Brasil, especialmente pelo trabalho como apresentador do Jornal Nacional, onde esteve à frente por mais de 26 anos, tornando-se uma das vozes mais icônicas da televisão brasileira.

Carreira e legado

Nascido em Taubaté, São Paulo, em 1927, Cid Moreira começou sua trajetória na comunicação em 1944, quando ingressou na Rádio Difusora de Taubaté. Com uma voz inconfundível, rapidamente ganhou espaço, trabalhando em emissoras de rádio em São Paulo e Rio de Janeiro. Nos anos 1950, Cid já estava consolidado como locutor de rádio, quando iniciou também suas participações na televisão.

Sua estreia como apresentador de noticiários aconteceu em 1963, no "Jornal de Vanguarda". Porém, foi em 1969, com a estreia do "Jornal Nacional", que Cid Moreira se tornou um ícone da TV brasileira. Ao lado de Hilton Gomes, ele apresentou o primeiro telejornal transmitido em rede nacional, um marco na história do jornalismo televisivo do Brasil.

Por quase três décadas, sua voz e presença na bancada do Jornal Nacional se tornaram símbolos de credibilidade e seriedade. O famoso "boa noite" de Cid Moreira se tornou uma assinatura pessoal, gravada na memória de gerações de telespectadores.

Participações marcantes e projetos paralelos

Além do "Jornal Nacional", Cid Moreira também deixou sua marca em outros programas da TV Globo. Ele foi uma presença constante no "Fantástico", participando da estreia do programa em 1973. Uma de suas colaborações mais lembradas foi a narração do quadro de ilusionismo com Mr. M, que se tornou um dos grandes sucessos do programa nos anos 1990.

A partir da década de 1990, Cid se dedicou a um projeto pessoal e especial: a gravação da Bíblia em áudio. Seu trabalho com os salmos e, posteriormente, a gravação completa da Bíblia, foi amplamente elogiado e obteve grande sucesso de vendas. Sua voz imponente e serena foi reconhecida como uma das mais adequadas para esse tipo de projeto.

Homenagens e despedida

O impacto de Cid Moreira na comunicação brasileira é imensurável. Sua contribuição ao jornalismo e à televisão continua viva através de seu legado. Amigos e colegas lamentam profundamente sua partida, ressaltando o profissionalismo, carisma e generosidade que o caracterizavam.

Informações sobre velório e sepultamento ainda não foram divulgadas pela família até o momento.