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Especialistas questionam “colisão com pássaro” como causa de queda de avião na Coreia do Sul que matou 179

O acidente ocorreu quando o voo 7C2216 da Jeju Air, transportando 175 passageiros e seis tripulantes, fazia o pouso por volta das 9h (horário local), vindo de Bangkok.

Investigação e dúvidas sobre a causa do acidente

Especialistas em aviação civil questionaram, neste domingo, a possibilidade de uma colisão com pássaro ter causado danos suficientes para derrubar toda a aeronave.

Bombeiros e equipes de resgate trabalharam próximo aos destroços de um Boeing 737-800 da Jeju Air, que colidiu e pegou fogo no Aeroporto Internacional de Muan, na província de Jeolla do Sul, a aproximadamente 288 quilômetros de Seul, no dia 29 de dezembro de 2024.

Relatórios preliminares sugerem que uma colisão com pássaro pode ter levado ao mau funcionamento do trem de pouso, provocando a queda que resultou na morte de 179 pessoas no aeroporto de Muan.

O que mostram os vídeos do acidente

Vídeos mostram a aeronave derrapando na pista sem o trem de pouso acionado. O avião perdeu o controle, colidiu com uma parede de concreto e pegou fogo.

Gregory Alegi, especialista em aviação e ex-professor da academia da força aérea da Itália, questionou diversos pontos: “Por que o avião estava tão rápido? Por que os flaps não estavam abertos? Por que o trem de pouso não estava acionado?”

O especialista em segurança de voo e piloto da Lufthansa, Christian Beckert, afirmou que é improvável que uma colisão com pássaro no ar tenha danificado o trem de pouso. Segundo ele, caso o impacto tivesse ocorrido com o trem de pouso acionado, seria difícil recolhê-lo novamente. “É muito raro e incomum não abaixar o trem de pouso, pois existem sistemas independentes para fazê-lo com sistemas alternativos”, explicou.

Principais atualizações sobre o acidente

  • Os dois sobreviventes da tragédia estão conscientes após serem resgatados. Segundo autoridades, eles não correm risco de vida.
  • Entre as vítimas estão 85 mulheres, 84 homens e 10 pessoas com gênero ainda não identificado. Até o momento, apenas 65 corpos foram identificados pelo corpo de bombeiros.
  • O vice-ministro dos Transportes da Coreia do Sul, Joo Jong-wan, afirmou que o comprimento da pista, de 2.800 metros, não contribuiu para o acidente. Ele destacou que os muros do aeroporto foram construídos de acordo com “padrões da indústria”.
  • Um representante da pasta afirmou que o piloto tentou pousar na direção oposta após o alerta de colisão com pássaro e a declaração de emergência. Marco Chan, professor de operações aéreas e ex-piloto, destacou que a mudança aumentou a carga de trabalho do piloto, tornando a situação mais complexa.
  • A Jeju Air se recusou a comentar as causas do acidente. Em comunicado, a empresa pediu desculpas e aceitou “total responsabilidade” pelo ocorrido, ressaltando que nenhuma falha mecânica foi detectada nas inspeções regulares. A companhia afirmou aguardar os resultados das investigações governamentais.
  • O governo sul-coreano declarou um período de luto nacional até o dia 4 de janeiro de 2025.