Suchir Balaji, um pesquisador de 26 anos e ex-funcionário da OpenAI, foi encontrado morto em seu apartamento em São Francisco, no dia 26 de novembro de 2024. Segundo o Escritório do Médico Legista-Chefe de São Francisco, a causa da morte foi confirmada como suicídio.
Em uma entrevista concedida ao The New York Times em outubro, Suchir havia expressado preocupações crescentes sobre práticas da OpenAI, especialmente no uso de dados coletados da internet para treinar seus modelos de IA, que ele acreditava violarem leis de direitos autorais.
Agora, em conversa com o Business Insider, Poornima Ramarao Balaji, mãe de Suchir, compartilhou sua dor e desconfiança em relação à tragédia. “Essa não é uma situação normal”, afirmou.
Um Brilhante Caminho Interrompido
Desde pequeno, Suchir demonstrava talentos excepcionais. Segundo Poornima, ele já formava frases complexas aos 2 anos e, aos 13, construiu seu primeiro computador de forma autodidata. Aos 17, foi contratado pela Quora, mesmo diante da resistência inicial da mãe.
Durante os estudos na Universidade da Califórnia, em Berkeley, Suchir conquistou um prêmio de US$ 100 mil em um desafio promovido pela TSA. Em 2018, ingressou na OpenAI, onde desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do ChatGPT.
No entanto, ao longo dos anos, Suchir se tornou crítico em relação aos rumos da empresa. Ele acreditava que a OpenAI havia se desviado de sua missão original de criar IA para o benefício da humanidade. Em 2023, suas críticas ao CEO Sam Altman e à direção da empresa tornaram-se públicas, e, em agosto de 2024, ele decidiu se desligar da organização.
Preocupações com Ética e Privacidade
Suchir acreditava que a inteligência artificial apresentava riscos significativos para a humanidade. Sua mãe lembra que, em sua última conversa, pediu que ele fosse cauteloso ao expor irregularidades corporativas. “Falei para ele não agir sozinho. Perguntei por que ele dava seu nome e foto. Pedi que permanecesse anônimo”, disse Poornima.
Horas antes de sua morte, Suchir comemorou seu aniversário aparentando estar feliz. Poornima relatou que, na véspera, conversou com ele ao telefone, e ele parecia otimista. “O que pode ter dado tão errado em algumas horas para que sua vida fosse perdida?”, questiona.
Busca por Respostas
A família solicitou uma autópsia independente e exige uma investigação completa sobre as circunstâncias da morte de Suchir. Para Poornima, ainda há muitas dúvidas não respondidas. “Queremos deixar a questão em aberto. Não parece uma situação normal”, concluiu.