Adson Batista, do Atlético-GO, questiona a responsabilidade financeira de clubes como o Corinthians e defende uma regulamentação mais rigorosa
O Atlético-GO, tricampeão goiano, não conseguiu manter o bom desempenho no Campeonato Brasileiro e terminou rebaixado para a Série B, ficando na vice-lanterna com 30 pontos. O clube, que teve destaque recente em torneios como a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil, agora enfrenta um momento de reestruturação, focando em um futuro mais estável.
Adson Batista, presidente da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético-GO, participou do programa "Central do Mercado" e aproveitou para levantar questões sobre o atual momento do futebol brasileiro. Com 18 anos de gestão no clube, ele argumentou que o país precisa de uma regulamentação mais rígida, especialmente no que diz respeito ao fair-play financeiro. Durante a conversa, Batista também fez duras críticas ao comportamento de clubes como o Corinthians, citando a dívida bilionária do time paulista.
A transformação no futebol brasileiro e a necessidade de regras claras
Adson Batista destacou a mudança "faraônica" causada pela entrada das SAFs no futebol brasileiro. Para ele, embora a chegada desses novos modelos tenha trago recursos significativos, também gerou um ambiente de falta de responsabilidade financeira em diversos clubes.
"Tivemos uma transformação gigantesca no futebol brasileiro. As SAFs entraram com um apetite muito grande e dinheiro praticamente ilimitado. Isso é positivo, mas precisamos de uma Liga forte, que cuide dos interesses dos clubes, como acontece em outras partes do mundo, como na Inglaterra e na Espanha. Até que isso aconteça, a CBF tem que liderar um debate sério sobre o fair-play financeiro", afirmou o dirigente.
Crítica à postura do Corinthians: "Não é aceitável contratar com dívidas de R$ 2 bilhões"
Um dos pontos mais fortes da fala de Adson Batista foi a crítica ao Corinthians, que segundo ele, possui dívidas superiores a R$ 2 bilhões e ainda assim segue realizando contratações.
"É inadmissível, por exemplo, o Corinthians, que está com uma dívida de mais de R$ 2 bilhões, continuar contratando e gastando de maneira irresponsável. Meu clube, que está saneado e sem dívidas, sempre procura agir com muita responsabilidade para não cair em um abismo financeiro. Precisamos urgentemente de uma legislação que defina regras claras para todos os clubes. Não dá para fazer futebol sério sem deveres, obrigações e limites financeiros", declarou Adson.
Confiança para 2025: "Atlético-GO não faz dois anos ruins consecutivos"
Apesar do rebaixamento, Adson Batista se mostrou otimista quanto ao futuro do Atlético-GO. Ele reconheceu que o time não conseguiu alcançar as expectativas no Campeonato Brasileiro, faltando em alguns momentos coragem e liderança, mas reafirmou a confiança no trabalho da equipe e na recuperação do clube.
"Nós não fizemos dois anos ruins consecutivos. Tenho certeza de que, com o planejamento certo, vamos nos recuperar e voltar a brigar por títulos. Nosso time não deu liga no Brasileiro, mas já estamos pensando em 2025, com novos ajustes e, já com um novo técnico, vamos trabalhar para ter sucesso novamente", concluiu o presidente do Atlético-GO.