Cientistas da General Atomics Electromagnetic Systems (GA-EMS) desenvolveram um combustível nuclear revolucionário, capaz de suportar temperaturas extremas de até 2.326°C. O avanço tem o potencial de transformar a exploração espacial, reduzindo drasticamente o tempo de viagem para Marte.
O salto da propulsão química para a nuclear
Enquanto a propulsão química tem sido a base da exploração espacial, ela apresenta limitações significativas, como a necessidade de grandes quantidades de combustível, impactando a carga útil e a velocidade das missões. Atualmente, uma viagem a Marte utilizando essa tecnologia leva cerca de seis a sete meses.
Com o novo sistema de Propulsão Térmica Nuclear (NTP), um reator nuclear aquece propelente como hidrogênio, gerando maior energia térmica e proporcionando maior impulso. Isso reduziria o tempo de viagem para apenas 45 dias, um avanço sem precedentes.
Testes bem-sucedidos
Nos experimentos mais recentes realizados no Marshall Space Flight Center da NASA, o combustível resistiu a temperaturas de 4.220°F (2.326°C) por 20 minutos, simulando as condições extremas de um motor de foguete nuclear durante manobras.
A vice-presidente da GA-EMS, Dra. Christina Back, destacou que o combustível demonstrou alta resistência ao ciclo térmico em temperaturas representativas de hidrogênio, confirmando sua viabilidade para missões espaciais.
Implicações e próximos passos
A redução no tempo de viagem abriria novas possibilidades para exploração tripulada e até mesmo colonização de Marte, além de permitir o transporte de maiores cargas úteis. No entanto, ainda há desafios a superar:
- Segurança nuclear: Garantir que os reatores sejam seguros e não apresentem risco de contaminação radioativa.
- Regulamentação: Observar normas internacionais para o uso de tecnologia nuclear no espaço.
- Impactos ambientais: Mitigar possíveis efeitos ambientais durante lançamentos e operações.
Futuro da exploração espacial
A propulsão nuclear está sendo amplamente explorada. Além da GA-EMS, a Lockheed Martin recebeu um contrato de US$ 499 milhões para desenvolver o foguete nuclear DRACO, também baseado em propulsão térmica nuclear.
Com esses avanços, a exploração espacial se aproxima de um novo patamar, trazendo o espaço profundo para mais perto da humanidade.