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Crescimento alarmante: casos de câncer colorretal no Brasil devem aumentar 21% nos próximos 15 anos

 Um estudo inédito da Fundação do Câncer aponta que o número de novos casos de câncer colorretal no Brasil deverá crescer 21% entre 2030 e 2040. Esse aumento está diretamente relacionado ao envelhecimento da população, baixos índices de hábitos saudáveis e à ausência de um programa nacional estruturado de rastreamento da doença.

Principais desafios e impacto regional
Atualmente, o Brasil não possui um protocolo nacional para a detecção precoce do câncer colorretal, diferentemente de países como Estados Unidos e nações europeias, que recomendam a colonoscopia a cada dez anos para pessoas acima de 50 anos.

O estudo revela que 88% dos casos em 2040 serão registrados em pessoas com mais de 50 anos. Além disso, as regiões Centro-Oeste (32,7%) e Norte (31,13%) terão os maiores aumentos percentuais, enquanto o Sudeste continuará com o maior número absoluto de diagnósticos, com uma projeção de 38.210 novos casos em 2040.



Fatores de risco e prevenção
Embora fatores hereditários desempenhem um papel em alguns casos, a maioria pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida, como:

  • Manter uma alimentação saudável
  • Realizar atividades físicas regularmente
  • Reduzir o consumo de carne processada
  • Manter o peso saudável
  • Evitar o tabagismo

A importância do rastreamento estruturado
Exames como colonoscopia e pesquisa de sangue oculto nas fezes são cruciais para o diagnóstico precoce e a redução da mortalidade. No entanto, barreiras como infraestrutura insuficiente e baixa conscientização dificultam a criação de um programa de rastreamento eficaz no Brasil.

Especialistas reforçam a necessidade de políticas públicas regionalizadas e ações preventivas. "Precisamos garantir o acesso ao rastreamento e promover mudanças de hábitos para conter o avanço da doença", destaca Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.